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A saúde mental das mulheres frente a tentativa de “dar conta” de um papel social idealizado

  • Foto do escritor: Roberta Leite
    Roberta Leite
  • 7 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de nov. de 2024


Me sinto sobrecarregada

muulher deitada no chão
mulher deitada no chão

Estou exausta

Sensação é de ter que equilibrar muitos pratos

Me sinto apenas respondendo às demandas

Tenho que resolver as coisas da casa

...iiih, tenho que estudar com meu filho

Minha vida profissional ficou estagnada depois que tive filho


Não tem solução, todos dependem de mim, preciso dar conta



São muitas as insatisfações diante da tentativa de se encaixar em um suposto papel que a mulher 'deveria' ocupar.


Ao longo da história, muitas importantes mudanças ocorreram com a emancipação das mulheres: sua inserção no mercado de trabalho, a mudança na relação com sua sexualidade e a liberdade quanto às suas escolhas.


A mulher passa a ter um papel mais ativo gerando muitas transformações na relação com seu espaço na sociedade. No entanto, essa mudança de paradigma continua a conviver com valores patriarcais, machistas, onde todos ainda estamos muito mergulhados nesse discurso.


A figura da mulher num papel fundamentalmente maternal e como cuidadora do lar ainda reside em nosso imaginário levando a um acúmulo diário de funções que se impõem: ser boa mãe, boa mulher, boa amante, boa profissional, ou seja, com muitas demandas que devem ser atendidas num número sem fim de tarefas.


Essa mulher de “múltiplas funções” fica num lugar idealizado, cujo preço a pagar ao tentar manter esse discurso é muito alto. Como resultado desse processo extremamente extenuante vemos os sinais de um quadro maior de sofrimento e adoecimento com sentimentos como desânimo, ansiedade, depressão, além das somatizações.


Portanto, é importante entender que estamos inseridos numa certa lógica que permeia e impacta de diferentes formas nosso modo de atuar no mundo; assim como também é importante compreender onde nos localizamos nesse discurso.


Faz-se necessário manter uma distância entre o que é da minha história, do meu desejo e, de outro lado, um suposto papel ideal produzido pela sociedade.


Aqui vale se fazer uma pergunta: o que me leva a achar que preciso manter a minha vida de um modo que tem me trazido sofrimento?


Por vezes, achamos que não temos outra solução. E sim, se mantendo nesse mesmo roteiro, não há outra opção…mas e se puder permitir repensar o papel mantido por você ? Aqui podemos desdobrar essa questão em algumas outras nos aproximando da nossa vida cotidiana:


Qual é o lugar que tenho assumido em relação aos meus pares? E o que me faz sustentar essa posição? É onde gostaria de estar na relação com os outros ou atuo assim tentando responder ao que suponho que os outros querem de mim?


Mas o que eu desejo que seja incluído em meu "roteiro" de vida?


Entre uma suposta função que se deveria ocupar e o que lhe move na vida, há um trabalho subjetivo que importa, e que diz respeito a você poder se autorizar a repensar certas identificações de como você deveria viver para como deseja construir um caminho que faça mais sentido ser vivido por VOCÊ.  




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